Segundo ministro, Dilma irá sancionar Lei das Cotas

Ontem (22), após participar de audiência com Dilma e representantes dos movimentos estudantis, Aloizio Mercadante apresentou fortes indícios que a presidenta irá sancionar o projeto de lei que regulamenta o sistema de cotas raciais e sociais para universidades federais brasileiras. (Veja mais detalhes sobre o projeto).

A declaração do ministro da Educação praticamente não deixa dúvidas: “Os alunos da escola pública vão poder fazer medicina nas melhores universidades do Brasil, ou engenharia, ciências da computação. Pela primeira vez na história, as melhores universidades vão se abrir pros alunos da escola pública. […] Sobre sanção, a presidenta que define, mas por tudo que eu estou dizendo dá pra entender qual será a decisão do governo”

Entretanto, um dos artigos do projeto deve ser vetado pela presidenta.

No Artigo 2º do texto aprovado pelo senado,  a seleção dos estudantes beneficiados pelo sistema de cotas raciais e sociais seria feita com base no Coeficiente de Rendimento (CR), obtido através da média aritmética das notas do estudante ao longo Ensino Médio. Com o veto a esse trecho, o governo quer garantir que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja a ferramenta para definir o preenchimento da vagas destinadas às cotas.

“O acesso se faz pelo Enem. A regra republicana do Brasil é o Enem. Esse ano temos 5,7 milhões de estudantes inscritos. É o segundo maior exame do planeta”, afirmou Mercadante.

Ainda de acordo com o ministro, o governo já criou um grupo formado por reitores de universidades federais no intuito de preparar as  universidades para receber os estudantes que ingressarem pelo sistema de cotas. “As universidades vão ter que se preparar para receber esses alunos. Porque onde necessitar um nivelamento, vai ter que fazer um nivelamento. Vai ter que ter um período [de adaptação] pros alunos, inclusive nas férias. Nós temos que desenvolver políticas para acolher esses alunos, e dar condições plenas para que eles se desenvolvam na universidade”, garante.

Quanto ao ensino básico, Mercadante anunciou a criação de outro grupo, formado por diversos secretários estaduais de educação. Essa comissão tem por finalidade qualificar o ensino médio e revisar o currículo escolar,  .

Aos brasileiros, contrários ou favoráveis as cotas, só resta esperar.  Fato que, sancionado projeto, das 244.263 vagas nas 59 instituições federais, 122.131 estarão reservadas aos estudantes da rede pública de ensino e prioritariamente  aos negros, pardos ou índios.

Um dos projetos mais polêmicos da história recente brasileira está nas mãos da presidenta Dilma Rousseff, que tem até dia 29 de agosto para sanciona-lo ou não. E tudo indica que ela já se decidiu.

 

Leia nossos artigos sobre a polêmica:

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4 comments
  1. COTAS SOCIAIS…

    O Brasil, mais uma vez, parece tomar a direção errada em relação a uma boa educação.
    A quem interessa formar profissionais com qualidade deficitária? Pois a priori é o que vai acontecer.
    O ensino público no Brasil não recebeu os investimentos necessários para manter a qualidade de ensino de décadas passadas, o professor foi esquecido e a aprovação automática gerou um retrocesso.
    Se o governo pretende destinar 50% das vagas para as cotas sociais, terá que esperar o tempo necessário para reestruturar a escola básica, onde o aluno vai desenvolver todas as habilidades de escrita , leitura , interpretação de várias linguagens, estabelecer compararação e ser capaz de justificar com argumentação.
    Se isso não for feito, as universidades terão que diminuir o grau de exigências, pois é o que nos mostra os resultados de todos os exames aplicados no Brasil em relação ao despreparo dos educandos em várias disciplinas, não só em comparação entre a escola pública e a particular, entre as regiões brasileiras e também entre os países da América Latina .
    Temos diversos problemas que necessitam de soluções urgentes como a região Nordeste do Brasil que apresenta uma defasagem idade/ano escolar de aproximadamente 70 crianças para cada grupo de 100.
    Sou a favor que todos tenham uma escola de excelência em todos os níveis e em todas as classes sociais, sendo que as universidades públicas destinem suas vagas para os menos favorecidos não só a vaga em si, mas outras questões como a moradia, a alimentação , o transporte e o suporte material de acordo com cada curso.

  2. COTAS SOCIAIS…

    O Brasil, mais uma vez, parece tomar a direção errada em relação a uma boa educação.
    A quem interessa formar profissionais com qualidade deficitária? Pois a priori é o que vai acontecer.
    O ensino público no Brasil não recebeu os investimentos necessários para manter a qualidade de ensino de décadas passadas, o professor foi esquecido e a aprovação automática gerou um retrocesso.
    Se o governo pretende destinar 50% das vagas para as cotas sociais, terá que esperar o tempo necessário para reestruturar a escola básica, onde o aluno vai desenvolver todas as habilidades de escrita , leitura , interpretação de várias linguagens, estabelecer compararação e ser capaz de justificar com argumentação.
    Se isso não for feito, as universidades terão que diminuir o grau de exigências, pois é o que nos mostra os resultados de todos os exames aplicados no Brasil em relação ao despreparo dos educandos em várias disciplinas, não só em comparação entre a escola pública e a particular, entre as regiões brasileiras e também entre os países da América Latina .
    Temos diversos problemas que necessitam de soluções urgentes como a região Nordeste do Brasil que apresenta uma defasagem idade/ano escolar de aproximadamente 70 crianças para cada grupo de 100.
    Sou a favor que todos tenham uma escola de excelência em todos os níveis e em todas as classes sociais, sendo que as universidades públicas destinem suas vagas para os menos favorecidos não só a vaga em si, mas outras questões como a moradia, a alimentação , o transporte e o suporte material de acordo com cada cu

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