Redação Enem – Entenda o Gênero Editorial

Como último (mas não menos importante, claro) gênero da série a ser analisado em nossa coluna semanal, temos um tipo de texto que aparece empiricamente com frequência em nossa rotina, mas pode passar despercebido. Digo isso de certa forma por experiência pessoal, já que ao abrir um jornal ou revista vou diretamente ao conteúdo/matéria/notícia que me interessa ou na manchete/título que me chama mais a atenção. O editorial simplesmente é ignorado, mesmo sendo normalmente um texto em destaque, no início da página online de um jornal ou revista, ou nas primeiras páginas dos meios físicos.

O editorial pode ser mais uma das várias alternativas de proposta de redação no vestibular (oi Unicamp, sua sumida, tudo bem?), parte da rotina de trabalho de um jornalista ou até mesmo um trabalho na escola. De certa forma ele divide características com o artigo de opinião, mas há também diferenças importantes, as quais veremos a seguir:

  • O editorial representa o posicionamento do conglomerado (jornal, revista) no qual é produzido. A opinião expressada ali é a opinião que aquele meio de comunicação (Folha, Estadão, Carta Capital, Veja etc.) tem acerca do assunto tratado, que normalmente é algo em discussão no momento (política, descobertas recentes da ciência, entretenimento, índices de violência ou saúde, etc.);
  • Apesar de representar uma opinião, a linguagem neutra é novamente obrigatória. O artigo de opinião permite a primeira pessoa do singular por tratar do ponto de vista de um indivíduo específico. O editorial, no entanto, trata das visões de uma publicação em seu todo e demonstram o viés com o qual aquela mídia decide observar os fatos. Daí a necessidade de inserir a terceira pessoa ou a primeira do plural. O editorial também não possui assinatura de autor.

Estrutura

A introdução de um editorial normalmente trata do tópico a ser discutido como se fosse uma notícia, fornecendo todos os detalhes básicos em relação ao assunto a ser tratado (O quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?), para situar o leitor.

O desenvolvimento traz a argumentação do autor, que representa o meio de comunicação, sempre com embasamento e justificativas plausíveis para tal posicionamento.

Por fim, na conclusão, reafirma-se o posicionamento do jornal ou revista e despede-se dos leitores.

É interessante pesquisar os jornais e revistas de sua preferência para poder observar nos editoriais tanto a estrutura mencionada acima quanto o viés que cada um deles segue ao opinar sobre determinados tópicos. Caso acompanhe apenas mídias com viés parecido, um ótimo exercício para sua argumentação e reflexão seria buscar outras publicações com opiniões divergentes das que costuma acompanhar. Além de abrir sua mente a novas visões, poderá conhecer novos fatos e expandir seu conhecimento de mundo, assim como aprender a respeitar ainda mais as opiniões diferentes!

O que acharam do gênero de hoje? Parece difícil? Já produziram ou leram algum texto classificado como tal? Contem para nós nos comentários sobre suas experiências com o editorial!

Na semana que vem trataremos de um assunto bastante esperado: as possíveis propostas de redação do Enem 2019 (devo dizer que em 2016 eu cravei o chute no tema intolerância religiosa – e tenho prints para provar!! – e em 2018 fui menos exata mas imaginei algo relacionado à internet e a seus possíveis malefícios e manipulações). Por isso, se têm algum chute, mandem para nós que vamos incluí-lo caso siga a “lista de regras de possibilidades da proposta de redação”, tratada há alguns meses aqui na coluna também!

Até a semana que vem!

 


*Vanessa Christine Ramos Reck é graduada em Letras na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e fluente em mais três idiomas: Inglês, Espanhol e Francês. Além disso, é corretora do Curso Online do infoEnem. Seus artigos serão publicados todas as quintas, não perca.

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