O capitalismo institui juridicamente o trabalhador enquanto sujeito livre e detentor de direitos, entretanto, a realidade não é tão simples. Por trás dessa cortina de liberalismo político, o sistema capitalista possui dinâmicas internas de funcionamento, dentre as quais está o trabalho escravo. A escravidão não é uma dinâmica econômica e social que antecede o capitalismo, ao contrário, ela possibilita a acumulação de riqueza dentro desse sistema.
A noção de guerra atual subverte a velha e normativa compreensão da guerra, que era compreendida entre determinados agentes – majoritariamente Estados-nações – localizados em um tempo e espaços delimitados. Agora, a temporalidade e a espacialidade da guerra são outras: todo espaço é um campo de guerra, todo tempo é um tempo de guerra e todo sujeito é potencialmente um risco, portanto, deve-se estar em guerra contra ele. Nada nas cidades escapa da urbanização da guerra (principalmente as favelas).