Minha redação no Enem 2012

Por Lilian de Souza Farias

A importância que a linguagem escrita desempenha no mundo ultrapassa os muros escolares, além de ser um método de avaliação dos estudantes brasileiros. Digo mais, um dos mais temidos. Contudo, tal ‘método’ é utilizado por nós com uma frequência significativa, isso acarreta concluir que o texto escrito, exigido pelo ENEM ou vestibular, não acaba com a prova. Ou seja, na faculdade, na lista de compras, no cartão de natal, no bilhete da geladeira, no anuncio, no trabalho, na escola, no ENEM etc. nós estamos ou estaremos produzindo textos sempre.

Segundo a Professora Irandé Antunes ‘a escrita é uma manifestação verbal das ideias (…)’. Saber o que escrever é oportuno e essencial, mas como organizar tais ideias na hora da prova? Como saber o que escrever? O que é escrever? Quem possui conhecimentos da norma padrão da língua sabe escrever? Se eu leio, eu sei escrever?

O propósito das perguntas é nos fazer refletir sobre o conceito da produção textual; desmitificar alguns mitos e conduzir os leitores a uma luz quanto à arte de escrever.

Entende-se a escrita como uma ação da linguagem verbal, dotada de princípios ideológicos e significados feitos para comunicar. Quem escreve, pressupõe-se que o faz para um leitor. Na redação do ENEM o leitor em questão é a banca examinadora, positivamente pessoas de carne e osso com uma carga significativa de conhecimentos acerca da língua materna e do mundo.

O ponto de partida é organizar as ideias, saber o que escrever. Por mais que domine as normas gramaticais da língua padrão, se a carência de informações for predominante as palavras se farão ausentes. Certamente as informações não caem do céu como chuva. Leia, assista, ouça, pesquise!

O critério de formalidade, na escrita, exigido na redação do ENEM, impõe o conhecimento de estrutura e planejamento das palavras. As regras de sintaxe e semântica devem ser respeitadas. Isso não significa que só sabe produzir textos quem domina tais regras. Ou que saberá produzir textos quem anda com uma gramática a tiracolo vinte e quatro horas por dia.

Quanto à leitura, ela é importante. Às vezes é comum ouvir pessoas afirmarem que quem lê sabe escrever. Mas vamos analisar cuidadosamente essa afirmativa: a leitura será o subsídio para materialização das informações, o alavancar de determinados conhecimentos, lógico que quem lê duzentos livros por ano, terá muito mais facilidade com a escrita, mas não nos enganemos, sabe ler quem lê; sabe escrever quem escreve! Isso implica afirmar que quem aprecia uma boa história em quadrinhos ou textos que não se enquadram na norma padrão da língua, não está condenado a ser um ‘péssimo escritor’.

Sentenciando melhor tudo o que foi exposto: exercite! Produção de texto exige prática. Desenvolva seu repertório; mantenha-se informado; escreva e reescreva; estabeleça temáticas e tipologias textuais – carta, paródia, artigo, dissertação, ata, crônica etc. -; saiba várias opiniões sobre a mesma temática; planeje previamente. Dessa forma atingirá maturação quanto ao exercício da escrita.

E o mais importante, saber escrever é um direito de todo cidadão. Quando escrevemos materializamos nossos direitos. Quando escrevemos a ponte da interação nasce. A palavra passa ter vida própria e nos eternizamos.

Para produzir esse texto foi necessário como fonte de informação: três livros, dez artigos e duas revistas. Reescrevi e o li repetidas vezes.

*Lilian Farias reside em Aracaju – SE eé graduada em Letras/Português pela UPE – Universidade de Pernambuco –, pós-graduada em Linguística pela POSEAD e membro correspondente da ALTO – Academia de Letras de Teófilo Otoni. Autora do livro “Encontros para liberdade”, participa das coletâneas Amor em Versos e Eldorado. Colunista do site Literatura de Cabeça(http://www.literaturadecabeca.com.br/); Mágica Literária (http://www.magicaliteraria.com/). Criadora do blog Poesia na Alma (http://lilianpoesiablogs.blogspot.com.br). Contato [email protected].

**A equipe Infoenem agradece imensamente a colaboração da Professora Lilian e deixa claro que, para ser colunista de nosso portal, basta ela querer. Seria uma honra para nós e um presente para nossos milhares de leitores. Aliás, recomendamos a leitura do artigo Leitura, ENEM e o Mundo, também de sua autoria. 

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13 comments
  1. A professora Lilian expressou de forma precisa como aprimorar nossa forma de expressar ideias por escrito, não só para um momento único, a redação para o vestibular e para o ENEM, mas como um caminho para a vida. Portanto, não escreva uma redação só para tirar uma nota ou para ser aprovado no vestibular ou no Enem, escreva para oferecer soluções, caminhos e para valorizar a sua opinião.

  2. Gostei do seu artigo Lilian! Você tem razão, produzimos textos o tempo o todo, mas as pessoas pensam em produção textual somente para o ENEM e vestibulares. Ter uma boa base de informações é importante para que façamos um bom texto e prática, muita prática mesmo, exercitar as várias tipologias e pedir a alguém para ler e saber se conseguiu transmitir bem a informação desejada. No ENEM a redação é no segundo dia e ainda com 90 questões para responder deixa o candidato um pouco ansioso. quando eu fiz ano passado eu escrevi as primeiras ideias no rascunho depois fiz as questões e se tinha uma ideia ia lá e acrescentava. No final ordenei as ideias e passei para a a folha definitiva e obtive uma boa nota e hoje estou fazendo outro curso. 🙂

    1. Amanda Ramos, se não for muita indiscrição, eu queria saber quanto você tirou na redação. É porque tenho pensado em usar uma metodologia como essa pra fazer a minha desse ano, mas fico inseguro se funciona mesmo.
      Obrigado pela atenção 🙂

  3. Concordo em gênero, número e grau 🙂

    A Lilian soube explorar com perfeição a importância do escrever não somente na vida de uma pessoa, mas no preparo para uma redação de Enem, vestibular etc.

    Um jovem não deve aperfeiçoar sua escrita meramente para um teste, mas porque a vida irá exigir-lhe isso! Que ele saiba expor suas ideias, seus pensamentos, com clareza.

    “Sabe ler quem lê; sabe escrever quem escreve!” – perfeito! Escrever exige prática, sim, e não de forma passiva (lendo), mas de forma ativa (propriamente.. ESCREVENDO!)

    Um beijo,

    Samanta Holtz
    Autora de O Pássaro

  4. Quando eu estava estudando para o vestibular, até em guardanapos de lanchonete eu escrevia trechos de alguma coisa. “Escrever” o mundo ao seu redor não é só desafiador, é também uma arte.

  5. Minha cara poetisa e escritora; quero lhe agradecer pelo envio deste texto. E, fique a vontade de sempre, me enviar, coisas semelhantes. Bjus, até mais ver!

  6. Ela é minha prima!!! Quanto orgulho!!! Que você cresça cada vez mais na sua profissão!!!

  7. Parabéns!!
    Seu texto é muito esclarecedor. Como você disse para escrever um bom texto não basta dominar as regras gramaticais ou ler diversos livros, é preciso praticar.
    Lílian, tenho orgulho de ser sua amiga…………………..

  8. Com certeza, a maneira mais fácil de se aprender a desenvolver um texto é praticando, e obtendo informações lendo e tendo acesso a informações escrita, televisada e falada. Através dessas informações que poderemos desenvolver um texto com, começo, meio e fim e principalmente com confiança e firmeza nas nossas afirmações.
    Adorei essa colocação da Lilian Farias. Parabéns e através dessas informações vai ajudar a mim e muitas outras pessoas que tem dificuldades de escrever.
    Obrigado.

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