Ativistas do Movimento LGBT+ no Brasil e como a pauta cai no ENEM

Desde a redemocratização o Brasil passou por muitas mudanças. As eleições diretas se tornaram uma realidade, os direitos políticos assegurados e muitas reparações históricas às minorias foram feitas, algumas sendo mais rápidas do que outras. Apesar de todo o culto a liberdade que se instaurou no país, algumas classes demoraram muito para conquistarem a consolidação de direitos civis e humanos. Um exemplo, é a classe LGBT+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transsexuais e outras formas de identificação), já que os crimes de homofobia e de transfobia só foram enquadrados como tais pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado. Situações como essa só mostram que ainda há muita luta para os movimentos de direitos humanos e para a comunidade LGBT+. Essa pauta já foi abordada no ENEM, e nesse artigo, vamos conversar mais sobre quais são as reivindicações políticas do Movimento LGBT+ e também conhecer algumas mulheres importantes pra comunidade. Bora?

Reivindicações Políticas

Um dos primeiros atos políticos da comunidade LGBT+ que se tem ciência, no Brasil, ocorreu em 1977, no Rio de Janeiro, com a realização de conferências no país pelo editor da revista norte-americana Gay Sunshine. Um ano depois, a publicação “Lampião da Esquina” que militava por direitos humanos começou a circular, mesmo em meio a Ditadura Militar. Com o endurecimento das repressões do governo, os movimentos sociais começam a ganhar cada vez mais visibilidade e adeptos (por baixo dos panos, claro) pelo país. A “primeira onda” do movimento, lutava pela geração de espaços livres para manifestação e afirmação sexual e identitária – essa pauta vigora até os dias atuais, em algumas partes do país; além disso, prezavam também pela adição de respeito a orientação sexual na Constituição Federal e pela retirada da homossexualidade da lista de doenças. Na “segunda onda” o ativismo mais pragmático entra em cena, com os pedidos pelos direitos civis e a luta direta contra violência sendo as demandas vindas do movimento. Já na “terceira onda”, dos anos 1990, os grupos distintos de dentro do movimento começam a se diferenciar entre si, cada um lutando por propostas únicas (ou seja, não se fala mais apenas sobre “o movimento LGBT+” fala-se exclusivamente sobre as demandas vindas das lésbicas, transsexuais, travestis, gays e bissexuais – além de outras subdivisões. A partir da terceira onda, as propostas de direitos civis começam a ganhar mais forma e sair do papel, apesar da lentidão.

Muitas pessoas foram vitais para a obtenção dos direitos LGBT+, separamos algumas biografias de ativistas cis gênero e trans gênero que você precisa conhecer!

Walkiria la Roche

Walkiria é uma ativista transexual, que durante o governo Aécio Neves em Minas Gerais, ocupou um cargo no Centro de Referência Homossexual de Minas Gerais, sendo a primeira trans a ocupar um cargo como esse no governo do estado. Durante sua gestão, o direito ao nome social em documentos foi adquirido pela comunidade LGBT+ de Minas, além disso, também criou em um presídio do estado uma ala exclusiva para LGBTs, com o objetivo de evitar agressões e afins.

Vilma Maria dos Santos Reis

Vilma é socióloga e ativista, atuante no estado da Bahia. Seu principal campo de trabalho é legal, visto que atua na Defensoria Pública. Em virtude de sua luta pelos direitos da comunidade LGBT+ e negra, ela foi laureada com a Comenda Dois de Julho e com a Medalha do Zumbi dos Palmares (um prêmio dado para pessoas ou grupos que se destacam em diferentes âmbitos da sociedade, na luta pelo combate ao racismo e pela valorização da cultura afro-brasileira).

Rosely Roth

Rosely foi uma das pioneiras do movimento lésbico no Brasil. Estudou filosofia na PUC de São Paulo, e no começo da década de 1980 se envolveu diretamente com movimentos lésbicos e feministas, e na mesma época fundou o “Grupo Ação Lésbica-Feminista” (GALF), onde publicava artigos e organiza eventos como simpósios e debates. Em 1990, Rosely cometeu suicídio em virtude das profundas crises emocionais. Hoje a “Rede Um Outro Olhar”, em São Paulo, é mantida em sua homenagem.

Essas mulheres incríveis foram responsáveis pela mudança na vida de muitas pessoas da comunidade LGBT+! Resgatar e valorizar elas é muito importante, para que cada vez mais gente se engaje e se inspire.

Questão do Enem

A questão a seguir foi retirada da segunda aplicação da prova do Enem em 2017.

No Brasil, assim como em vários outros países, os modernos movimentos LGBT representam um desafio às formas de condenação e perseguição social contra desejos e comportamentos sexuais anticonvencionais associados à vergonha, imoralidade, pecado, degeneração, doença. Falar do movimento LGBT implica, portanto, chamar a atenção para a sexualidade como fonte de estigmas, intolerância, opressão.

SIMÕES, J. Homossexualidade e movimento LGBT: estigma, diversidade e cidadania.

In: BOTELHO, A.; SCHWARCZ, L. M. Cidadania, um projeto em construção.

São Paulo: Claro Enigma, 2012 (adaptado).

O movimento social abordado justifica-se pela defesa do direito de

a. organização sindical.

b. participação partidária.

c. manifestação religiosa.

d. formação profissional.

e. afirmação identitária.

Alternativa correta: E

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