Apostila Enem 2014: Teste seus conhecimentos de História

Questão de História do Enem 2013

De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares […]. Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente.

Carta de Pero Vaz de Caminha. In: MARQUES, A.; BERUTTI, F.; FARIA, R. História moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2001.

A carta de Pero Vaz de Caminha permite entender o projeto colonizador para a nova terra. Nesse trecho, o relato enfatiza o seguinte objetivo:

a) Valorizar a catequese a ser realizada sobre os povos nativos.

b) Descrever a cultura local para enaltecer a prosperidade portuguesa.

c) Transmitir o conhecimento dos indígenas sobre o potencial econômico existente.

d) Realçar a pobreza dos habitantes nativos para demarcar a superioridade europeia.

e) Criticar o modo de vida dos povos autóctones para evidenciar a ausência de trabalho.

Alternativa A

Questão de pura interpretação de texto. Se prestar atenção nas duas últimas linhas do texto da Carta de Pero Vaz de Caminha, o estudante encontrará a resposta. “Porém o melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar essa gente.”. Durante muito tempo, interesses políticos, econômicos e religiosos ditavam juntos os objetivos específicos de cada nação. A própria forma de governo do período em questão – o absolutismo – mostra a parceria do poder executivo, a frente da nação, e o poder religioso, revestindo-o com características sagradas. Durante esse período, não existiam órgãos internacionais para intermediar as relações comercias ou de exclusividade como os de hoje. Atualmente, a Organização Mundial do Comércio e a Organização das Nações Unidas são, reconhecidamente, instituições que arbitram esses assuntos. No período que a Carta de Caminha foi escrita, era a Igreja romana que geralmente dava o veredito. Além disso, não podemos esquecer que Portugal era uma nação católica. Fazia parte do acordo assegurar o direito, a exclusividade das rotas de navegação portuguesa com a Igreja e, em contra partida, catequizar, evangelizar, trazer para a fé católica os povos que viviam nessas regiões.